quarta-feira, 26 de setembro de 2012

CASA MARIANO DA ROCHA

LUGARES QUE MARCAM ÉPOCAS

Faz algum tempo venho pensando o processo de desenvolvimento histórico e organização espacial da cidade. Certamente ambos acontecem paralelamente e se entrelaçam em determinados pontos, mas existem momentos circunstanciais nos quais um prédio ou espaço urbano específico servem como referência simbólica. Desde a origem nossa história é marcada por lugares. Inicialmente um acampamento de militares em torno do qual se esboça uma vila.  E é ao longo do século XX que podemos visualizar como  dois pontos se destacaram como nevrálgicos nesse processo de entrelaçamento.
O primeiro é sem dúvida a Estação Ferroviária. Com prédio datado de 1885, foi a locomotiva do desenvolvimento urbano da primeira metade do século. Em seu entorno floresceram os principais empreendimentos ligados à Viação Férrea: A Vila Belga, construída entre 1901 e 1903, a Cooperativa de Consumo dos Empregados em 1913 e em 1922 a Escola de Artes e Ofícios Sessão Masculina Hugo Taylor. Também frutificou o bairro Itararé, com o Clube 21 de Abril, a fábrica Cyrilla e muitas famílias ferroviárias.
Desde então, a história e os prédios foram subindo a Avenida Rio Branco, o Brilmann, o Mauá, o Cauduro... Em 1942 a Viação Férrea entrega ao Governo Estadual as instalações da até então Escola de Artes e Ofícios Sessão Feminina Santa Terezinha (atual Prédio da Escola Estadual Manuel Ribas), e a partir daí o eixo de desenvolvimento passa a se transformar.
A cidade havia crescido especialmente até a esquina das ruas Rio Branco e Venâncio Aires. Aparece então a segunda baliza do espaço central, a RESIDÊNCIA DE JOSÉ MARIANO DA ROCHA. É impossível não perceber o quanto, além do estabelecimento da primeira Universidade Federal do interior do Rio Grande do Sul em 1960, o “Gaúcho do Século” marcou nossa história e nossa paisagem. Neste mesmo ano, a Estação Rodoviária, até então localizada na Av. Rio Branco (ao lado da Catedral do Mediador)é transferida para a rua General Canabarro( atual Av. Dores) demonstrando os novos caminhos do crescimento para o espaço urbano santamariense.
A inovação contida nas idéias do primeiro reitor da UFSM se refletem  modernização urbana. Em  1979 a “Primeira Quadra” da Bozano é transformada num Calçadão. O Taperinha fica sendo por muitos anos o edifício mais alto da cidade. O trajeto entre o centro  a universidade frutifica. Camobi passa a ter ambições e chega a se tornar bairro. O bairro Dores se beneficia de sua localização e em 1980 inaugura o Clube Dores – mas este já poderia ser considerado um novo marco para um novo século.
É claro que nesse tempo, toda a cidade cresceu. Outros bairros também ganharam importância, sobretudo em termos populacionais como por exemplo os da zona oeste da cidade. A rodoviária  trocou mais uma vez de endereço, e já se encaminha para uma nova troca. Nos últimos anos a cidade tem sido vincada por centros comercias e shopping centers e parecem ser eles os parâmetros de desenvolvimento futuro.
Nada que possa ser comparado a  CASA MARIANO, principalmente porque só ela ainda preserva um exuberante jardim...
A Colaboradora













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