A exposição de
maquetes Mini Cidade, do técnico em Desenho Arquitetônico
e Desenho Mecânico José Adair Fumagalli, esteve dentro da programação do
aniversário de 154 anos de Santa Maria, e pôde ser vista no Salão Nobre do
Edifício João Machado Soares (SUCV) de onde fotografei. Entretanto, perguntei o
que seria feito com elas após o encerramento da mostra e ninguém sabia ao certo
o destino delas.
Pelo que
percebi, todos por lá gostariam de conservá-las, valorizá-las de alguma forma,
entretanto as maquetes não têm utilidade prática e acabam por se perder nesse argumento
falho. Acredito que com o tempo seriam devolvidas a seu dono.As maquetes, em
minha opinião nos convidam à percepção, e nesse sentido têm muita utilidade prática,
pois nas cidades está cada vez mais difícil nos estimular aos processos de
percepção de elementos em desfavor de outros (percepção seletiva).
É difícil perceber
e definir o estilo arquitetônico dos prédios antigos de Santa Maria. (Talvez se
definam mais como Art Neveau). A maioria deles se localiza em pontos centrais da
cidade, onde a concentração de construções e o excesso de urbanização retiraram
das fachadas o espaço de visibilidade necessário para que possamos perceber os
detalhes e ter a possibilidade de compreender e contextualizar o conjunto da
obra.
Penso que as
maquetes que foram expostas não deveriam ser devolvidas ao seu dono porque elas podem
cumprir sua função por um tempo maior do que o da exposição. Elas poderiam ser
abrigadas permanentemente no hall de entrada de cada um dos prédios que
representa e assim suprir um pouco da carência de observação seletiva que a
poluição visual da cidade em expansão nos deixa.
A valorização
do patrimônio arquitetônico começa pela compreensão.
A autora
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